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Nem pensar nunca na vida. Esquece. Não
quero ouvir nem mais um podcast. Logo no
Jingle Sinto ódio. Bem-vindo a mais um
episódio de Bem-vindo a mais um episódio
de Circo de Férias, um podcast sobre
lazer e tempo livre. Hoje fazemos
antevisão deste fim de semana de calor
em que os cidadãos portugueses vão ter
de optar por uma entre duas missões
impossíveis. Aquela que está em exibição
no cinema ou tentar ir à praia. Pois é,
tudo na praia. Eu nem quero imaginar a
dificuldade que as pessoas vão ter de
encontrar um lugar de estacionamento
amanhã. Sim, quando está bom tempo é
impossível estacionar numa praia em
Portugal porque há demasiados veículos
para a quantidade de praias. Não podemos
ir todos ao mesmo tempo à praia. Tem de
haver uma escala. Não podemos, não
podemos. Sobreto naquela altura em que
as escolas começam a levar os putos em
carrinhas. É irrealista pensar que todo
o país pode ir à praia. Não é demasiada
areia para a nossa camioneta, são
demasiadas camionetas para a nossa
areia. Para não falar do trânsito, não
é? Exato. No sobretudo nos primeiros
dias, naqueles primeiros dias do ano em
que dá para ir à praia. Não dá para ir à
praia, só dá para ficar 2 horas
sequestrado no carro porque achamos que
tínhamos sido as únicas pessoas a ter a
ideia de dar um mergulho. É o fenómeno
chamado ficar preso no praia arranca.
Bom, mesmo que isso desmotiva, as
pessoas tentam na mesma ir à praia, não
é? Eu, pá, eu arrependo-me todas as
vezes. Sempre que ser a péssima ideia de
ir à praia em Lisboa num dia de sol ao
sábado, apetece-me começar uma revolução
no trânsito. Apetece-me cantar ponto 25
de abril sempre cheia. Não faço isto
nunca mais. Ponte 25 de abril, sempre
cheia. Não faça isto nunca mais. É
chato. É chato. Não. Sobreto, sobretudo
aos fins de semana o o acesso às praias
fica impossível. Sim, sim. É sempre a
tática. 2 2 2 horas no trânsito, 2 horas
na praia, 2 horas no trânsito. Mas até
se faz bem se tiveres em boa companha no
carro ouvires umas canções fixes, leva
levas uns snacks. A questão é que eu
muitas vezes nem água levo. Esqueço-me.
É péssimo. É horrível estar parado no
trânsito, sem ar condicionado no carro e
a perceberes que não compraste água
fresca para levar para a praia. Não dá
para ser pior. A pior sensação do verão
é estar sem garrafa num engarrafamento.
Sim, mas podes sempre comprar água no
bar da praia. Olha o burguês. O burguês,
né? Claro, vou no bar da praia para me
vender uma garrafa de água ao preço de
um morganheira super reserva, sendo que
às vezes nem dá para comprar água na
praia. Hoje em dia não dá. Eu já fui
barrado de comprar água num bar praia
porque me pediram consumo mínimo às 11
da manhã. Tornaram-se discotecas, não
foi? Os concessionários já não são como
no passado. Antigamente os
concessionários eram uma barraca que
vendia trmoços imperiais e gelados da
menorquina. Agora são urban bits, mas
mesmo numa praia a séria. Ok, certo, mas
para evitar o caos, há sempre a hipótese
de ir a uma praia mais sossegada, não é?
Pronto, claro. Há sempre alguém que
sugere que a malta deve ir a uma praia
secreta. Uma praia secreta. A questão é:
quais praias secretas? Não há praias
secretas, mas não há algumas praias
secretas. Não há praias secretas. Todas
as praias secretas foram reveladas num
artigo da Anita em 2014 intitulado:
"Conheça estas sete praias secretas?" E
se podemos conhecê-las, não são
secretas. Manel, são recônditas. Vá, não
há praias secretas, há praias
inacessíveis que te obrigam a furar pelo
mato para ser arranhado por Silvas, como
se estivesses a fugir da prisão de Vale
dos Deus. Mas sim, há sempre um amigo,
há sempre um amigo que garante que
descobriu uma praia por engano. É um
amigo que acha que é um navegador do
século XV. Não é o Diogo cão, é o Diogo.
Eu descobri uma praia onde se pode
soltar o cão.
Mas olha, independentemente da praia
fica o apelo. É importante usar o
protetor solar neste fim de semana
balnear. Sim, sim. Cautela. É que este é
o primeiro fim de semana. Não é o
primeiro fim de semana de praia, é o fim
de semana de todos os caldões. Estamos
no B fim de semana. Por por acaso ontem
ouvi uma especialista na televisão a
dizer que não se deve usar agora o
protetor solar que guardamos do ano
passado. E bem, bem, por exemplo, um
protetor solar com fator 50 já não
protege tanto passado um ano. E eu
compreendo o fator 50, mas há que também
ter em conta o fator 50 € que é o que
custa uma bisnaga de protetor solar nos
dias de hoje. O mais porque se no
passado era aceitável barrar o mesmo
protetor solar indiscriminadamente por
toda a pele, hoje em dia não é assim. Há
há alguns que são específicos de
determinadas partes do corpo, não é? É.
Há o protetor solar do do corpo, não é?
Há o protetor solar da cara, o protetor
solar dos lábios, o protetor solar do
pé. Protetor solar do pé. Protetor solar
do pé. É bom, mas é muito caro.
Chamam-lhe o protetor solar dos
presuntos.
Também vos digo uma coisa, eu não sou
dermatologista, mas acho que usar o
protetor do ano passado é melhor do que
não usar nenhum. Mas calma, ainda há
gente que não usa protetor solar. Então
não há cada vez mais malta a dizer: "Ah,
eu não uso protetor solar há mais de 5
anos. Não, eu não uso químicos na pele.
Eu prefiro conectar-me com a aura
cósmica do sol. São pessoas que
preferiam viver numa altura em que não
havia ciência. E o que é que tens a
dizer a essa malta do holístico? Malta,
se não gostam de ter cuidado com a pele,
voltem para a pré-história. Reparem que
não havia protetor solar em 3000 a de.
Crist isso é verdade. Por isso é que lhe
chamavam a idade do bronze.
Exato. Bom, nem pensar nunca na vida
esquece. Não quero ouvir nem mais um
podcast. Vog no jingle, sinto ódio.
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